Dimas: Os gastos deveriam estar disponíveis online para qualquer cidadão
Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara
O deputado federal Dimas Ramalho (PPS-SP) criticou o governo federal, nesta quinta-feira, pelo atraso nos projetos das obras para a Copa do Mundo de 2014. Os atrasos atingem não só a construção dos nove estádios para o campeonato mundial de futebol, como também a área de mobilidade urbana (transportes) e de infraestrutura (aeroportos).
“O atraso é motivado pelo próprio atraso do governo em dar início às obras, em ser ágil na implementação dos projetos”, afirmou Dimas. Para ele, o governo teve tempo de sobra para organizar toda a infraestrutura da Copa sem comprometer o andamento das obras.
“A escolha do Brasil como sede do mundial foi em outubro de 2007, portanto há quase quatro anos”, lembrou o parlamentar, ao lamentar que com tanto tempo para organizar o evento o governo ainda tenha perdido o controle sobre o cronograma de execução das construções e das reformas necessárias.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo de ontem, o último balanço das obras, divulgado há 11 dias, já está desatualizado e autoridades ouvidas pelo jornal já admitem organizar o evento “com a estrutura hoje disponível, sem contar com as novas obras”.
Transparência
Dimas Ramalho criticou ainda a falta de transparência na aplicação dos recursos para a realização do evento, e de informações mais detalhadas sobre o valor total que será investido pelo governo. “Os gastos deveriam estar disponíveis online para qualquer cidadão saber como está sendo aplicado o dinheiro público na Copa”, cobrou.
A pouco menos de três anos do mundial, nem mesmo o governo sabe qual será o orçamento aplicado, conforme já admitiu o próprio ministro do Esporte, Orlando Silva. De acordo com o relatório preliminar do projeto “Metropolização e Megaevento”, do INTC Observatório das Metrópoles, os investimentos na Copa e nas Olimpíadas devem ser de aproximadamente R$ 24,9 bilhões, “sendo que 25% desse total serão destinados à reforma e construção dos estádios de futebol”.
“O investimento é muito alto e ainda poderá ser contratado sem o rigor exigido pela lei de licitações, já que o RDC [Regime Diferenciado de Contratação] nada mais é do que uma flexibilização absurda na legislação”, criticou o deputado, que votou na Câmara contra a proposta que simplifica as licitações para atender as obras da Copa e das Olimpíadas.
Diante das incertezas em relação ao volume de recursos para esses eventos esportivos e da transparência na sua aplicação, Dimas Ramalho, que é membro do Ministério Público de São Paulo, defende que a Câmara e o TCU (Tribunal de Contas da União) redobrem a fiscalização em relação a esses gastos.
Fonte: Luis Zanini / PPS Nacional
