quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PPS lamenta morte do comunista Eduardo Rocha Silveira - Pio Cubilla

Eduardo Rocha Silveira deixa exemplo de luta pela democracia e pelo socialismo
(Foto: Arquivo da Família)


     A direção nacional do PPS lamenta a morte do comunista histórico Eduardo Rocha Silveira, 89 anos, que faleceu na noite da última terça-feira no Hospital das Clínicas, em São Paulo, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele foi sepultado nesta quarta-feira no cemitério da Vila Mariana. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), e o secretário-geral do partido, deputado Rubens Bueno (PR), destacaram que Silveira dedicou a sua vida à causa do socialismo e da democracia e deu grande contribuição na luta pela libertação da América Latina dos regimes autoritários. Os dirigentes se solidarizam com a família em nome de todo o partido.
     Paraguaio de Assunção, o comunista, pai do dirigente do PPS Eduardo Rocha Silveira Júnior, nasceu em 11 de julho de 1922 e foi batizado com o nome de Pio Cubilla. Chegou ao Brasil no final da década de 1950, fugindo da perseguição das ditaturas do Paraguai, Argentina e Uruguai. Aqui, foi recebido pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), atuou na clandestinidade durante décadas e formou uma nova família. Marceneiro, Pio Cubilla trocou de nome e chegou a atuar como pastor de uma igreja evangélica para despistar seus perseguidores.

 
     A trajetória política de Eduardo Rocha Silveira ou Pio Cubilla teve início em 1940, quando ele ingressou na Associação Juvenil Comunista Argentina. Militou nos partidos comunistas do Paraguai, Uruguai e Argentina e chegou organizar uma missão de Che Guevara para a Bolívia. Foi contemporâneo do líder histórico do Partido Comunista Paraguaio (PCP), Ananias Maidana, falecido em 2010. Também foi testemunha ocular da história ao participar do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, quando Kruschov denunciou os crimes de Stálin.
     Com uma atuação política firme, Rocha Silveira acabou sofrendo grande perseguição das ditaduras da América Latina e teve que se refugiar no Brasil, onde entrou pelo Mato Grosso no final da década de 1950. Na Argentina, deixou mulher e dois filhos, Eduardo e Etelvina Cubilla.
     No Brasil, sempre cumprindo missões do partido comunista e depois do PPS, continuou sua luta em favor da liberdade e do direito dos trabalhadores. Casou novamente em 1964, quando conheceu em Araçatuba Ivonete Graci Crespi Rocha Silveira, com quem teve seis filhos: Eduardo, Ricardo, Marcelo, Alexandra Cristina, Luciana e Edgar.
     “Foi uma vida muito difícil. Muitas vezes ele era avisado pelo PCB para fugir. Abandonávamos a casa deixando para trás roupas, móveis e utensílios domésticos”, lembra o filho Eduardo Rocha, hoje dirigente do PPS. “Meu pai nunca abandonou o partido”, frisa, recordando com emoção a homenagem que ele recebeu durante o XIV Congresso Nacional do PPS, em São Paulo.
     O marceneiro que combateu as ditaduras da América Latina era também um autodidata com profundo conhecimento de ciência política, história filosofia. Não é a toa que foi fiel, até o fim, a um partido que ostentava em sua bandeira as ferramentas símbolos dos trabalhadores.



Fonte: Diógenes Botelho / Portal Nacional PPS